Em um cenário digital cada vez mais complexo, a necessidade de uma mídia proprietária se torna ainda mais evidente para as marcas. É o que aponta um recente artigo publicado no portal Martech, que destaca como as comunidades controladas pelas próprias marcas representam o futuro do crescimento sustentável.

O alerta é claro: depender exclusivamente de plataformas de terceiros para construir audiência é um risco que as empresas não podem mais se dar ao luxo de correr. Essa dependência coloca as marcas à mercê de algoritmos, mudanças de políticas e até mesmo do eventual desaparecimento dessas plataformas.

Da audiência à comunidade: uma mudança estratégica

Foto: 3rdtimeluckystudio/ Shutterstock

Ter um ativo proprietário de mídia, que é a principal oferta de valor da disciplina de Brand Publishing, é uma estratégia apontada pelo artigo do portal Martech como a principal resposta para o atual cenário digital, uma vez que as marcas passam a ter controle sobre seus canais de comunicação.

O artigo aponta uma diferenciação significativa:

Uma marca com 500 mil seguidores no LinkedIn tem uma audiência, mas uma marca com 50 mil membros engajados em seu próprio espaço tem um ativo.

Essa distinção fundamental, segundo o artigo, se reflete em três aspectos principais:

1. Controle do relacionamento

  • Audiência pertence à plataforma
  • Comunidade pertence à marca
  • Engajamento acontece em território próprio

2. Qualidade do engajamento

  • Audiência é passiva
  • Comunidade é participativa
  • Interações são mais profundas e significativas

3. Sustentabilidade da estratégia

  • Independência de algoritmos externos
  • Proteção contra mudanças de política
  • Construção de relacionamentos duradouros

Cases de sucesso em mídia proprietária

Algumas marcas já entenderam essa dinâmica e estão colhendo os resultados. O artigo do Martech destaca três casos emblemáticos:

  • Gymshark: criou espaços exclusivos de membros
  • YETI: desenvolveu narrativas que transcendem produtos
  • Jeep: estabeleceu fóruns próprios de proprietários

O artigo acrescenta:

O sucesso deles não está vinculado ao LinkedIn, Slack ou X. Essas plataformas podem servir como uma ponte, mas não são o destino. Ao criar comunidades fora dos feeds orientados por algoritmos, eles controlam como o engajamento acontece, garantindo que não seja ditado por uma empresa que pode mudar as regras a qualquer momento. Esse é um risco enorme que muitas marcas estão correndo

Como construir uma comunidade proprietária

Construir uma comunidade proprietária é um passo fundamental para marcas que desejam fortalecer sua presença no ambiente digital e promover um relacionamento mais próximo com seu público. Para iniciar essa jornada em mídia proprietária, é essencial desenvolver uma infraestrutura própria. Isso envolve a criação de plataformas controladas, onde a marca possa ter total autonomia sobre as interações e dados dos usuários. Além disso, estabelecer regras claras de participação é fundamental para garantir um espaço seguro e organizado, permitindo que os membros da comunidade se sintam à vontade para interagir.

Outro aspecto crucial é o foco no valor que a marca pode oferecer aos seus membros. É importante priorizar a criação de conteúdo relevante e de qualidade, que realmente ressoe com os interesses e necessidades do público. Para fomentar o engajamento, a marca deve criar razões genuínas para que os usuários participem ativamente, além de desenvolver programas de benefícios exclusivos que incentivem a lealdade e a interação contínua.

Por fim, uma estratégia integrada é vital para o sucesso da construção de uma comunidade proprietária. As redes sociais podem ser utilizadas como canais de atração, direcionando o tráfego para os canais próprios da marca, como sites ou newsletters. Essa abordagem não só ajuda a aumentar a visibilidade da marca, mas também facilita a construção de relacionamentos de longo prazo com os membros da comunidade, consolidando assim uma base sólida e engajada.

O futuro é proprietário

Em um cenário onde custos de aquisição de clientes aumentam constantemente e o alcance orgânico diminui, ter uma mídia proprietária não é mais opcional – é imperativo estratégico. As marcas que investem na construção de seus próprios espaços de engajamento estão se posicionando para um crescimento mais sustentável e controlado.

A mensagem é clara: pare de alugar espaço em plataformas de terceiros e comece a construir seu próprio território de marca. O investimento em Brand Publishing e na construção de comunidades proprietárias representa não apenas uma proteção contra as incertezas do ambiente digital, mas também uma oportunidade de criar conexões mais profundas e duradouras com sua audiência.