“Só tem medo de cliente bem informado quem tem produto ruim”, diz líder da Semrush no Brasil

Uma das principais palestras do Brand Publishing Exclusive, primeiro evento brasileiro voltado a debater o Brand Publishing, teve o valor da informação das marcas como tema. E o assunto foi tratado por Erich Casagrande, representante no Brasil de uma das principais ferramentas de análise desse valor: a Semrush.

O evento foi realizado no dia 20 de setembro de 2022, no Hotel Prodigy, localizado no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e reuniu grandes marcas como ENGIE, MRV&Co, Itaú, Cooxupé, Fundação Dom Cabral, Marfrig, entre outras. Todas atendidas pela Barões Digital Publishing, idealizadora e organizadora do encontro.

Consumo de informação: uma mudança de era

Ao abrir sua apresentação, o Líder de Marketing da Semrush Brasil comparou o atual momento de transição midiática, com todas as mudanças a respeito de como a sociedade consome a informação, como uma mudança de era, assim como foi a queda do Império Romano ou a Revolução Francesa. E nesse pequeno preâmbulo, introduziu o tema de sua palestra.

“Acho que temos o privilégio de estarmos vivendo esse momento. E no futuro os historiadores vão olhar para trás e essa mudança, de como a gente encara a informação pode estar registrada na história como uma dessas mudanças de era”, disse Erich, que costuma publicar muitos conteúdos sobre o assunto em seu perfil no LinkedIn.

Semrush: uma plataforma que entrega dados

A Semrush é a maior plataforma de marketing digital do mundo. E de acordo com Erich, o objetivo da empresa é entregar dados para que todos possam executar suas estratégias de marketing de forma eficiente. Para o palestrante, com os dados que extraímos a informação.

“Dados são dados. A informação começa com a interpretação que fazemos desses dados. Mas o que é informação? É o conhecimento que pode ser materializado e transmitido entre indivíduos”, disse Erich.

O que é a informação?

De acordo com o Líder de Marketing da Semrush, informação de qualidade precisa ser ou ter as seguintes características:

• Verdadeira
• Precisa
• Completa
• Possui valor
• Credibilidade
• Compartilhável
• Utilidade

Para Erich, a utilidade é o maior valor da informação. Pois é ela quem ajuda o usuário dessa informação a tomar decisões.

“Nesse universo, há muita informação, muitas possibilidades. E vocês precisam ajudar os seus usuários a tomarem decisões. As vezes essa decisão não é necessariamente comprar o produto A, B ou C. Mas sim de entender que aquele problema que ele não sabia como resolver, ele encontrou”, analisou Erich.

Agentes da informação

A informação, como destacou Erich, vem dos seguintes agentes:

• Governos (Canais e fontes oficiais)
• Imprensa (Jornalismo, contexto, mais fontes e análises)
• Produtores de conteúdos, como portais, curadores, redes sociais, grupos (Telegram WhatsApp)etc
• Pessoas (presentes nas redes sociais)

Erich destaca que 1 bilhão de pessoas consomem informações na imprensa todos os meses, o que mostra como esses meios ainda são relevantes. E que redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter ou LinkedIn reúnem bilhões de usuários, as pessoas, que também produzem conteúdo.

O papel das marcas publishers

As marcas, segundo Erich, não só podem e precisam como devem fazer parte desse cenário. Pois têm a capacidade de:

• Trazer personalização, uma vez que com dados é possível levar algo que faz o usuário ter o sentimento de pertencimento.
• Ter uma causa, um valor a defender.
• Ter um caráter educacional, de desenvolver o mercado é essencial para que suas marcas se comuniquem

Segundo o líder do Semrush, é muito mais interessante para as marcas que seu público-alvo seja extremamente bem informado sobre o segmento de atuação delas.

“Só tem medo de cliente bem informado quem tem produto ruim”, decretou Erich.

“Se o produto de vocês é bom, é excelente que o cliente seja bem informado. Porque ele vai fazer o que no final? Vai escolher vocês. Porque o produto de vocês é o melhor. O ajudou a tomar uma decisão e a encontrar uma melhor solução”, completou.

A busca por conteúdo no Brasil

O comportamento dos usuários nos mecanismos de busca, segundo Erich, costuma seguir por quatro direções diferentes:

• Informativa: que é a busca por informações, corresponde a 70,1% das buscas no Brasil.
• Transacional: que é quando o usuário está pronto para comprar, tem 8,4%.
• Navegacional: quando o mecanismo de busca é usado para se chegar a um endereço específico, responde por 8,7%
• Comercial: quando o usuário está em uma fase mais madura do funil. Em busca de produtos ou comparando preços, por exemplo, tem 7,4 % das buscas.

A porcentagem de 70% das buscas informacionais mostra, segundo Erich, a importância de se investir em conteúdos de topo de funil para a criação do awereness de uma marca, uma vez que a informação está presente em todos os estágios de uma jornada de compra, como no slide abaixo:

Como colocar essa informação online?

A forma de apresentar a informação para os usuários que usam avidamente os mecanismos de busca é apostar em três pilares:

• Conteúdo: a informação em si. E para produzir a informação que se deseja passar, Erich recomenda que se “abuse dos formatos”, desde texto, vídeos e fotos até eventos ou mesmo ações impressas;
• SEO: a otimização on e off page para atender a intenção de busca por informação relevante;
• UX/UI: “entreguem, por favor, uma boa experiência para o usuário.

Veja uma orientação de Erich sobre a melhor forma de otimizar um conteúdo de olho nos mecanismos de busca:

Segundo o Líder de Marketing da Semrush Brasil, estar na primeira página das buscas é de fundamental importância para um conteúdo, pois 75% dos usuários não passam para a página seguinte dos resultados em uma busca no Google.

Mobile e outras plataformas

Já se encaminhando para o final de sua palestra, Erich destacou a importância do conteúdo feito para mobile que, segundo dados da Semrush, correspondem a 93% do tráfego de internet no Brasil, sendo que 50% dessas navegações feitas por smartphones são os chamadas acessos diretos.

Ou seja: o usuário digita o site no qual ele quer entrar. O que significa que aquela marca já está referenciada na cabeça daquela pessoa.

Mas apesar do massivo domínio do mobile, e também por causa dele, o especialista encerrou sua palestra com duas ressalvas às marcas:

“A experiência entre dispositivos é a aposta certa, portanto ofereça uma boa experiência de UX e UI para todos os usuários, independentemente dos dispositivos que eles usam. E invista no reconhecimento da marca, pois o tráfego direto é rei. Então, se você quiser atrair usuários mobile, você precisa ter seu site favorito do público ou ser memorável o suficiente para que os seus usuários possam entrar diretamente”, finalizou Erich.