Para 1% dos usuários do navegador de internet Chrome, os cookies em plataformas de terceiros começaram a ser desativados nesta quinta-feira, dia 4 de janeiro. A porcentagem inicial faz parte de uma fase de testes do Google para reduzir o rastreamento de dados que anunciantes usam em buscas feitas pelos consumidores. A expectativa da Big Tech é de promover o fim dos cookies de terceiros totalmente até o final do ano, conforme destacou matéria publicada pelo Jornal O Globo.
Exemplificando os cookies – softwares que permitem que sites e anunciantes rastreiem o comportamento online dos usuários – e como são utilizados, a matéria traz a busca na internet por passagens aéreas que resultam em uma infinidade de anúncios relacionados a pesquisa, posteriormente.
Os cookies foram criados com o objetivo de melhorar a experiência em navegação, porém, esbarra nas regulamentações de privacidade na internet.
Adiamento do fim dos cookies de terceiros
A desativação era prevista para 2022, mas o Google decidiu adiá-la com a justificativa de mais ajustes, segundo matéria escrita por Alveni Lisboa para o Canaltech, no ano passado.
Dessa vez, a criadora do Chrome optou por trabalhar em parceria com autoridades regulatórias, como a Autoridade de Mercados e Concorrência do Reino Unido (CMA, em inglês). A ideia é ter a aprovação de órgãos especializados para não enfrentar problemas legais mais para frente, especialmente com rígida legislação europeia.
No entanto, a empresa reitera que a “iniciativa está sujeita a quaisquer alterações remanescentes relativas à concorrência, apresentadas pela Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido”, como aponta reportagem publicada no Meio & Mensagem.
Para o Diretor de Estratégia de Dados da Barões Digital Publishing, Bruno Costa, apesar da porcentagem pequena, esta é a primeira ação concreta de um browser que é responsável por 75% da navegação no Brasil.
“Após alguns anos de ajustes e adiamentos, o fato ganha importância por dar ao usuário mais privacidade em seus dados de navegação”, afirma Bruno.
Alternativas
O executivo da Barões ressalta que as marcas deverão criar formas alternativas para capturar e processar dados primários.
“Não poderão mais comprá-los em ‘feirões de dados’ (plataformas que comercializam dados de usuários sem o consentimento)”, diz Bruno.
A melhor possibilidade, de acordo com ele, é o investimento em Brand Publishing.
“O Brand Publishing é a melhor alternativa, pois, a marca desenvolve um local de conversa perene, sob seus domínios, podendo então explorar os dados de maneira legítima, em compliance com a Lei Geral de Proteção de Dados – isso tudo enquanto cria reputação, awareness e though leadership”, finaliza o Diretor de Estratégia de Dados da Barões.