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  • Um artigo publicado no portal Infomoney, assinado por Flávio Moreira, argumenta que publishers devem deixar de lado métricas de vaidade como pageviews e adotar indicadores que realmente reflitam a qualidade do relacionamento com o público.
  • Ele enfatiza que a fidelização do leitor e o engajamento qualitativo são essenciais para a sustentabilidade do jornalismo, em vez de se basear em números superficiais.
  • A mudança proposta exige uma transformação cultural significativa, priorizando conexões genuínas e a construção de comunidades engajadas, em vez de focar apenas em resultados imediatos.
Resumo supervisionado por jornalista.

Um recente artigo publicado no Infomoney aborda um dos maiores desafios enfrentados pelos publishers na atualidade: a necessidade de abandonar as métricas de vaidade em favor de indicadores que realmente reflitam a qualidade do relacionamento com o público. O texto assinado por Flávio Moreira, Coordenador de Parcerias e Estratégia do portal, traz reflexões importantes sobre como a indústria de conteúdo precisa evoluir para garantir sua relevância e sustentabilidade.

A armadilha das métricas superficiais

Durante as últimas duas décadas, o jornalismo e o mercado editorial digital perseguiram números que, embora impressionantes em relatórios, pouco dizem sobre o real valor entregue. Pageviews, tempo de permanência e taxas de rejeição tornaram-se o norte de muitas operações, criando uma falsa sensação de sucesso que não se traduz em negócios sustentáveis.

Moreira diz em seu artigo:

Existe uma diferença profunda entre audiência e relevância. Um veículo pode ter milhões de acessos por mês e, ainda assim, não ter relevância real para a vida de ninguém

Ele destaca também como a busca por volume pode mascarar a falta de conexão genuína com o público.

Essas observações ressoam fortemente no universo do Brand Publishing. Afinal, as marcas podem frequentemente cair na armadilha de priorizar alcance em detrimento de impacto. A quantidade de visualizações pode inflar egos corporativos, mas raramente constrói o tipo de relacionamento que transforma leitores em comunidade engajada.

Transformação cultural, não apenas operacional

O desafio de mudar essa mentalidade é complexo porque envolve não apenas ajustes técnicos, mas uma profunda transformação na cultura organizacional dos publishers. Abandonar métricas estabelecidas, mesmo que reconhecidamente falhas, exige coragem e visão de longo prazo.

Moreira utiliza uma metáfora poderosa para ilustrar esse dilema:

É como construir uma casa nova enquanto a atual pega fogo

Esta imagem captura perfeitamente o desafio de implementar mudanças estruturais enquanto ainda se opera sob pressões imediatas de resultados.

Para marcas que investem em conteúdo proprietário, essa transição é igualmente desafiadora. Departamentos de marketing e comunicação frequentemente precisam justificar investimentos com métricas tangíveis e de curto prazo, mesmo quando constroem ativos que só demonstrarão seu verdadeiro valor com o tempo.

Novas métricas para um novo paradigma

Imagem gerada por Inteligência Artificial

O artigo de Moreira aponta para indicadores alternativos que deveriam ganhar protagonismo: engajamento qualitativo, participação da comunidade e impacto social. Estes elementos, embora mais difíceis de quantificar, refletem com maior precisão o valor percebido pelo público.

“A fidelização do leitor é, hoje, a métrica mais subestimada no jornalismo. Mas também é a única capaz de sustentar um modelo viável no longo prazo porque ela muda a lógica de valor. Um leitor engajado não é só alguém que consome”, destaca o autor, apontando para um caminho que prioriza relacionamentos duradouros.

Esta perspectiva alinha-se aos princípios do Brand Publishing, onde o objetivo não é apenas capturar atenção momentânea, mas construir autoridade e confiança ao longo do tempo. Marcas que conseguem estabelecer canais diretos com suas audiências, baseados em valor genuíno e não apenas em estímulos efêmeros, criam um ativo estratégico de longo prazo.

O futuro dos publishers está no valor percebido

Imagem: Shutterstock

A análise de Moreira reforça que publishers – sejam veículos tradicionais ou marcas que produzem conteúdo – precisam reorientar suas estratégias para priorizar a construção de relacionamentos significativos. Isso significa abandonar a mentalidade industrial de produção em massa e adotar uma postura de escuta ativa, onde cada interação visa aprofundar a conexão com a audiência.

Para marcas que investem em estratégias de conteúdo, a lição é clara: métricas de volume podem impressionar em apresentações de curto prazo, mas é a qualidade do relacionamento com o público que determinará o sucesso sustentável. Construir uma comunidade engajada, que reconhece o valor do conteúdo oferecido e retorna voluntariamente, deve ser o verdadeiro objetivo.

O desafio proposto por Flávio Moreira é relevante para todo o ecossistema de comunicação: evoluir de uma mentalidade obcecada por números superficiais para uma abordagem centrada em relevância e relacionamento. Para publishers e marcas que conseguirem fazer essa transição, o futuro promete não apenas sobrevivência, mas prosperidade baseada em conexões genuínas com suas audiências.