Você já ouviu falar sobre neuro copywriting? Trata-se do processo de elaboração de um texto que “apela” para psicologia humana, influenciando assim o engajamento e a motivação para o maior consumo daquela informação que está sendo passada e até mesmo para conversão. Em um artigo recente, o Content Marketing Institute (CMI) traz 7 dicas sobre como usar esse tipo de “escrita neurológica”, que aplica padrões de linguagem para criar conteúdos persuasivos e amigáveis ao cérebro, classificando essa tática como uma boa forma de ganhar a confiança da audiência e aumentar o awareness de uma marca.

Neuro copywriting: hacks mentais

O CMI fala sobre o neuro copywriting como uma forma de aplicação de hacks mentais no conteúdo, que levam o leitor a interagir de alguma forma, como a adição de pequenos elementos – números ímpares, palavras específicas, truques de formatação – que ajudam a reter a audiência. Mas cabe aqui, também, uma ressalva feita pelo artigo: o neuro copywriting não tem nada a ver com manipulação.

“Embora possa se relacionar com técnicas de comunicação de processamento de linguagem natural, como ancoragem e espelhamento, trata-se mais da aplicação de técnicas de escrita concretas e acionáveis”, diz o artigo.

E dentro do contexto do Brand Publishing, que entre outros objetivo visa usar o conteúdo como uma forma de aproximar a marca de seu público, coletar dados e, por que não, de gerar conversões, a redação de textos que usem esse tipo de tática pode ser de uma ajuda valiosa para impulsionar essas metas.

Veja as 7 dicas do CMI sobre neuro copywriting.

1. Números nos títulos

Os números sempre ajudam a gerar inúmeras conexões nos cérebros das pessoas. E isso é o que explica o porquê de as listas serem tão amadas por todos. Adicionar dados e números a um conteúdo faz com que ele fique mais fácil de ser digerdo.

“O cérebro do seu público vê as listas como folhas de dicas para escanear e obter as informações de que precisam. Os números também dão ordem ao caos. Eles ajudam os consumidores de conteúdo a verem e alcançarem o objetivo final e serem recompensados ​​com uma liberação de dopamina” diz o artigo.

E para completar a importância dos números, o CMI indica dois hacks:

  • Para dobrar o efeito, use dois números em um título

“O primeiro número convida o público a ler, enquanto o segundo indica o que a pessoa que vai ler encontrará de benefício no conteúdo”, diz o artigo.

O CMI cita um exemplo de uma postagem da HubSpot: “11 dicas de redação de conversão que aumentaram nossa receita em 240%, segundo o CEO da Lately”.

  • Entenda a psicologia por trás dos números pares e ímpares.

“As listas de números pares parecem mais amigáveis ​​e implicam que algo não foi mencionado, incentivando o cérebro a descobrir esse ‘algo’. Os números ímpares são mais instigantes”, afirma o CMI.

Segundo o artigo, a escolha de “11 dicas” no título da HubSpot faz as pessoas pensarem: “Por que eles escolheram um número tão ímpar? Essa 11ª dica deve ser interessante”.

2. Use adjetivos benéficos e positivos

O uso de adjetivos benéficos em títulos e subtítulos é uma ótima forma de mostrar para a pessoa que vai ler por que seu conteúdo merece atenção.

O CMI cita algumas opções do que chama de “adjetivo benéfico” que todo mundo usa:

  • Novo
  • Gratuito
  • Único
  • Rápido
  • Exclusivo
  • Econômico

Neste caso, para se diferenciar ainda mais, o CMI sugere uma tática de neuro copywriting que é combinar dois adjetivos benéficos raramente combinados nos títulos. Para isso, é preciso que eles estejam relacionados a um substantivo e que apelem às emoções do leitor, como:

  • “O melhor modelo de plano de negócios gratuito para representantes de vendas individuais”
  • “35 maneiras baratas e engenhosas de ter a melhor sala de aula de todos os tempos”

3. Faça perguntas

“As perguntas esclarecem o que a audiência aprenderá ao ler o conteúdo. Elas podem despertar a curiosidade no público que quer ver se a resposta é algo que eles não sabem. Pode apelar para uma espécie de FOMO (Sigla para “Fear of missing out” ou “medo de perder”). Eles continuam lendo para garantir que não perderam nada”, diz o CMI.

Diante dessa fundamental característica das pessoas que buscam informações online, o artigo fala sobre a importância do uso dos títulos para fazer perguntas. E o subtítulo na sequência para já começar a dar uma dica de como você pode ajudar a pessoa.

“Mas não limite as perguntas aos títulos. Adicione perguntas relevantes em locais apropriados em todo o seu conteúdo para atrair a atenção e o interesse do leitor”, orienta o CMI.

4. Citações nos títulos e subtítulos

Se o seu texto tiver boas aspas de especialistas sobre o assunto tratado, uma boa dica de neuro copywriting é usar algumas das citações em títulos e subtítulos.

“Por que esse truque funciona? As aspas sinalizam experiência, autoridade e confiabilidade (EAT) – atributos que o público e o Google apreciam. Essa tática de neuro escrita funciona com títulos em estudos de caso, comunicados de imprensa e artigos”, diz o CMI.

5. Use o método socrático

O método socrático é uma técnica de diálogo argumentativo, que consiste em fazer perguntas para estimular o pensamento crítico e estimular um processo de reflexão e descoberta dos próprios valores.

O filósofo grego Sócrates criou essa técnica para envolver os alunos na comunicação. E na redação de conteúdo, segundo o CMI, o método pode ser usado para fisgar os leitores.

“Além de fazer perguntas, tente uma versão moderna do método socrático: dê aos leitores afirmações com as quais eles concordarão. Acenar com a cabeça para suas palavras dá a eles uma prova subconsciente de que você entende o problema deles e pode fornecer uma solução”, afirma o CMI.

6. Palavras sensoriais poderosas

Neste hack de neuro copywriting, o artigo do CMI cita o Smart Blogger:

“Palavras poderosas são palavras persuasivas e descritivas que desencadeiam uma resposta emocional positiva ou negativa. Eles podem nos fazer sentir assustados, encorajados, excitados, irritados, gananciosos, seguros ou curiosos”.

Segundo o CMI, lançar mão desse tipo de palavras ajuda a direcionar o público para onde você deseja que eles sigam. E para isso, vale usar verbos ativos – educar, consultar, auxiliar, auditar, fornecer ou conduzir – e adjetivos descritivos que indicam, explicam e adicionam ação ao seu conteúdo.

Além disso, adiconar “detalhes sensoriais” em seu conteúdo é um outro hack importante da escrita neurológica.

“A linguagem sensorial apela a cinco sentidos físicos – ajudando os leitores a ver, ouvir, cheirar, provar ou tocar sua mensagem. Use-os em todo o seu conteúdo”, aconselha o CMI.

Veja abaixo alguns exemplos de detalhes sensoriais que podem ser incorporados em títulos:

  • “5 dicas para transformar informações monótonas em um tutorial tentador”
  • “Como evitar o uso de fotos de banco de imagens incômodas em seu conteúdo”
  • “12 exemplos de planos de negócios aprovados por especialistas para ajudá-lo a escrever o seu próprio”

7. Não descarte a linguagem negativa

O medo, como ressalta o CMI, é um motivador humano primordial. E trabalhar com esse tipo de emoção é uma forma eficaz de se fazer conteúdos persuasivos.

“Além do FOMO, já mencionado, o medo do fracasso, de perda, parecer ignorante muitas vezes entra em jogo na mente das pessoas. E faz com que ela ajam”, explica o CMI.

Veja dois exemplos do que o CMI chama de “linguagem negativa” como tática de neuro copywriting:

  • Como fazer networking em conferências se você não for extrovertido (medo de rejeição)
  • Você está prejudicando seu conteúdo com esses 11 erros? (medo da inadequação)