O aumento no acesso à informação e um momento em que todos são produtores de conteúdo e, ao mesmo tempo, seus próprios editores, a alfabetização midiática é urgente. A nova geração tem uma relação muito diferente com as mídias e informação, como mostra artigo recente do Meio & Mensagem.
Muitas crianças sonham hoje em ter o seu próprio canal no YouTube e serem produtoras de conteúdo e compartilhando suas experiências. Indo na contramão das gerações anteriores acostumadas a serem consumidores passivos diante da comunicação de massa.
De acordo com o artigo, a média de exposição diária das crianças brasileiras à TV e à internet é por volta de cinco horas. No caso da rede pública de ensino, a grade de aulas é de quatro horas diárias. Ou seja, muitas crianças ficam mais tempo em contato com esses meios de comunicação do que dentro de sala de aula. Tanto os pais quanto a sociedade precisam entender o que as crianças estão absorvendo desses conteúdos.
Mas o que pode ser feito?
A alfabetização midiática já é tema ao redor do mundo. Desde 2015, o governo da França, aumentou o financiamento para cursos sobre o assunto. Cerca de 30 mil profissionais da educação recebem treinamento do poder público anualmente. Em alguns lugares, a conclusão do curso de alfabetização digital e midiática é obrigatória para terem direito de receber os benefícios sociais, como uma bolsa mensal.
Também em 2015, a Unesco lançou um programa de apoio e desenvolvimento de competências de Alfabetização Midiática e Informacional, que são cursos online e gratuitos voltados para educadores.
Nos Estados Unidos, o Media Education Lab, vinculado à Escola de Comunicação e Mídia Harrington da Universidade de Rhode Island é uma das referências. O projeto promove pesquisas e treinamentos para interessados no tema, seja educadores ou não.
As narrativas são voláteis, frágeis e sem mediação no mundo atual. As plataformas midiáticas tem poder exponencial que criam e destroem reputações em frações de segundos. É responsabilidade de toda sociedade que as crianças não sejam “educadas” apenas por essas narrativas tão atraentes.
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