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Dados Primários: uma estratégia crucial para os profissionais de mídias

Para Eduardo Sani, CEO da Adsplay, sem cookies de terceiros, as marcas terão de se esforçar para criar campanhas ainda mais envolventes e relevantes, incentivando os usuários a compartilharem voluntariamente informações sobre suas preferências

29 de janeiro de 2024

“Com as restrições crescentes à privacidade do usuário e as regulamentações rigorosas, a utilização de dados primários (First Party) emerge como uma estratégia crucial para os profissionais de mídias”, a frase faz parte do artigo escrito por Eduardo Sani, CEO da Adsplay, publicado no Meio & Mensagem e traz a obtenção destes dados como fator primordial para a publicidade digital.

“A eliminação gradual significa que os profissionais de marketing precisarão se adaptar a novas abordagens para atingir os objetivos das campanhas, e, em última instância, os seus público-alvo”.

Para ele, ao concentrar-se na obtenção de dados diretamente dos usuários por meio de interações em seus próprios canais, as organizações podem construir perfis mais confiáveis e personalizados.

“Essa abordagem não apenas se alinha com as preocupações crescentes de privacidade, mas também fortalece a relação entre empresas e usuários ao fornecer experiências mais relevantes e personalizadas, sem depender excessivamente de mecanismos de terceiros”, cita.

Sani discorre sobre o início da desativação dos cookies para, a princípio, 1% da base de usuários do Chrome.

“O movimento é parte de um projeto ambicioso que, segundo informações oficiais, visa eliminar de modo gradual o uso de cookies de terceiros em campanhas online, marcando o fim de uma era na forma como os dados são coletados e utilizados no mundo digital”.

O CEO cita no artigo o estudo realizado pelo Google juntamente ao Boston Consulting Group que apontou que 64% dos usuários alegam não confiar em empresas para proteger dados pessoais e garantir a privacidade online e ainda dois terços dos consumidores querem anúncios relevantes e quase metade deles se sentem desconfortáveis com o uso dos próprios dados para esta personalização.

 “Aqui, o paralelo com a mídia programática é inevitável, visto que a mudança terá um impacto direto e profundo nesse modelo de publicidade. A mídia programática, que depende fortemente da segmentação precisa e em tempo real, tem sido impulsionada pelos cookies de terceiros. Um dos principais desafios será, justamente, a necessidade do desenvolvimento de métodos alternativos de segmentação que respeitem a privacidade dos usuários. Técnicas como agregação de dados, aprendizado de máquina federado e identificadores unificados, na minha avaliação, ganharão destaque".

 Leia também: Fim dos cookies de terceiros: Google inicia desativação no navegador Chrome

Os novos horizontes

O autor do artigo lista ainda as expectativas para ‘novos horizontes’ na era sem cookies.

Além da estratégia crucial de obtenção dos dados primários, a automação, modelagem e aprendizado de máquina: fornecer inteligência de dados, seja por dados primários ou por sinais contextuais, e ensinar a máquina a reconhecer padrões, é a solução que ajudará a ter escala, algo importantíssimo no novo cenário de escassez de dados.

Aposta em novas tecnologias de preservação de privacidade: são tecnologias em franco desenvolvimento, mas que, a médio e longo prazo, vão substituir definitivamente os cookies de terceiros. Devem, contudo, ser usadas de maneira conjunta às demais estratégias.

“Enquanto alguns podem ver o fim dos cookies de terceiros como um desafio, é fundamental reconhecer a oportunidade que essa mudança apresenta. A publicidade digital está evoluindo para um modelo mais transparente, ético e centrado no usuário. Os anunciantes e publishers que abraçarem essa transformação e investirem em estratégias inovadoras serão os verdadeiros beneficiários dessa nova era. (Re)Nascerão junto com ela”, finaliza.