Barões

Emílio Orciollo Netto em cartaz na peça "Muito pelo Contrário", em outubro de 2023

Brand Publishing extrapola a mídia proprietária editorial e pode ser estratégia também para o entretenimento

Levantamento realizado mostra que maioria dos CMOs concorda que cultura e entretenimento atraem mais consumidores do que publicidade

23 de outubro de 2023

Karla Konda

Ter ativo proprietário para entreter o público e garantir audiência. O Brand Publishing, já consolidado para o jornalismo, pode ser estratégia também para as marcas investirem não somente em conteúdos editoriais, mas também em cultura e entretenimento. 

Estudo mundial sobre criatividade

De acordo com o relatório “Creativity at a crossroads”, da Dentsu Creative, 86% dos CMOs ouvidos em nove países, incluindo o Brasil, identificam e concordam que as marcas precisam investir em entretenimento e conteúdo como estratégia para atrair consumidores e permitir que eles escolham ativamente como passar o tempo. Para eles, as marcas devem criar cultura e se dedicarem a construir os próprios públicos.

O mesmo estudo mostra ainda que 58% dos líderes entendem que a publicidade não traz diversão de forma suficiente. E reforçam a opinião de que anúncios são muito mais fáceis de serem ignorados e a importância em como entreter e envolver o público-alvo.

Tecnologia, comércio e conteúdo

A grande maioria dos CMOs (80%) considera que a tecnologia une o comércio e o conteúdo. 

“A capacidade de conectar entretenimento de classe mundial com a compreensão da mídia moderna e das jornadas dos clientes será uma vantagem significativa para as marcas com os recursos certos”, afirma a Dentsu. “Hoje eles estão investindo em plataformas que vão desde podcasts até programação para envolver públicos”.

O relatório utilizou dados da pesquisa com 700 CMOs e profissionais de marketing seniores nos EUA, Reino Unido, Austrália, Brasil, Canadá, China, Índia, Itália e Espanha.

A pesquisa mostra, mais uma vez, a transição midiática que vivemos e como os líderes devem estar atentos a ela.

Entretenimento: um novo modelo de negócio para as marcas

Para o ator Emílio Orciollo Netto, que já atuou em papéis de destaque na tv brasileira, como na novela Rei do Gado (1996) e Alma Gêmea (2005) e que recentemente interpretou o personagem Moreau, no filme "Ângela", lançado em setembro deste ano, o Brand Publishing voltado a cultura e ao entretenimento é um novo modelo de negócio que precisa ser observado pelas empresas.

“Acreditamos que a pesquisa realizada reforça que as produções culturais podem estabelecer novos modelos de negócios, onde as marcas passam a ser investidoras e não apenas patrocinadoras. Elas se estabelecem na origem da produção, com critérios artísticos de qualidade, legítimos e com capacidade de alcançar grandes audiências e grandes setores”, afirma o ator, que até dezembro está em cartaz no Rio de Janeiro com a peça teatral “Muito Pelo Contrário", às quartas e quintas, no Teatro dos 4, na Gávea (Ingressos aqui).

Para Paulo Henrique Ferreira, sócio-fundador e Diretor-Executivo da Barões Digital Publishing, esse movimento de usar o entretenimento como forma de comunicação é uma tendência "muito interessante" para as marcas.

“As marcas têm extrapolado as fronteiras do paid media para o owned media. Isso já acontece com Brand Publishing editorial, onde as marcas são donas de seus ativos de comunicação editorial e já existem experiências bem sucedidas na área de entretenimento, espetáculos e audiovisual”, afirma PH Ferreira.