As regulamentações de privacidade de dados – como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) no Brasil e o General Data Protection Regulation (GDPR) da União Europeia – estão mudando a maneira como as empresas capturam, armazenam, compartilham e analisam as informações de seus consumidores. Quem não foi afetado até agora por essas regulamentações pode esperar cada vez mais uma maior obrigação legal de proteção dos dados que coletam, à medida que mais consumidores demandam seus direitos de privacidade. Mas essa coleta de dados é de tanta importância, que dificilmente desaparecerá. Ela apenas mudará de forma de ser à medida que as empresas se adaptam às novas leis.

Um artigo recente publicado no Business News Daily aponta que à medida que as tecnologias que capturam e analisam dados proliferam, aumenta também a capacidade das empresas de contextualizar e extrair novos insights dessas informações coletadas. Essas informações são usadas para uma grande variedade de propósitos, incluindo a melhor compreensão das operações do dia a dia, tomada de decisões de negócios mais embasadas e aprendizado sobre clientes.

“Por meio do comportamento do consumidor e da análise preditiva, as empresas capturam, armazenam e analisam regularmente grandes quantidades de dados quantitativos e qualitativos sobre sua base de consumidores todos os dias. Algumas empresas construíram todo um modelo de negócios em torno dos dados do consumidor, seja vendendo informações pessoais a terceiros ou criando anúncios direcionados para promover seus produtos e serviços”, diz o artigo, assinado pelo articulista Max Freedman.

No conteúdo feito para o Business News Daily, Freedman listou algumas das maneiras pelas quais as empresas capturam dados do consumidor e o que exatamente elas fazem com essas informações.

Tipos de coleta de dados pelas marcas

Conforme destacou Freedman no artigo, os dados do consumidor que as empresas coletam podem ser divididos em quatro categorias:

  • Dados pessoais: informações de identificação pessoal, como CPF e sexo, assim como informações de identificação não pessoal, como endereço IP, cookies do navegador* da web e IDs de dispositivo (que seu laptop e smartphone possuem);
  • Dados de engajamento: esses tipos de dados detalham como os consumidores interagem com o site da empresa, aplicativos móveis, mensagens de texto, páginas de mídia social, e-mails e anúncios pagos;
  • Dados comportamentais: inclui detalhes transacionais, como históricos de compra, informações de uso do produto (por exemplo, ações repetidas) e dados qualitativos (por exemplo, informações de movimento do mouse);
  • Dados de atitude: abrange métricas de satisfação do consumidor, critérios de compra, conveniência do produto e muito mais.

* Sobre os cookies do navegador, um movimento anunciado em janeiro de 2020 pelo Google visa impedir que publishers e marcas gerem receita publicitária e conquistem novos consumidores por meio de anúncios personalizados com o uso dos cookies de terceiros. Após alguns adiamentos, a mudança no Google Chrome está prevista agora para o segundo semestre de 2024, o que reforça a importância de uma estratégia de coleta de dados primários.

Como as empresas fazem a coleta de dados?

Conforme destaca o artigo, as empresas capturam dados de várias maneiras e de muitas fontes. Alguns métodos de coleta são de natureza altamente técnica, enquanto outros são mais dedutivos (embora esses processos geralmente empreguem softwares sofisticados).

No caso de um portal de conteúdo feito por uma marca, ou seja, um projeto de Brand Publishing, essa coleta acontece de forma totalmente integrada e em total conformidade com as leis de proteção. O que mostra a importância de uma estratégia de mídia proprietária, ideal para a coleta dos valiosos dados primários.

Em um artigo escrito recentemente para o Brand Publishing Brasil, Bruno Costa, um dos sócios-fundadores da Barões Digital Publishing, anunciou a criação de uma nova área com foco apenas em dados.

Leia mais e saiba por que a Barões criou uma área de Estratégia de Dados?

Google Analytics 4

De acordo com Bruno, antes Diretor de Operações e agora Diretor de Estratégia de Dados, com o avanço da regulação de proteção de dados, a priorização na Barões, com a nova área de Estratégia de Dados tem sido organizar a migração do Google Analytics Universal para o GA4, que permite trackear e explorar os dados gerados nos hubs de conteúdo geridos pela empresa. 

A partir dessa migração, evoluiremos a quatro mãos com cada cliente em suas estratégias. Os hubs se tornarão uma DMP (Data Management Platform) potente e irá acelerar os resultados para o próprio hub e também para a marca. 

Os melhores dados são coletados com a comunicação informativa, e não com a persuasiva. E isso é uma das entregas do Brand Publishing. 

Dados viram conhecimento

Tão importante quanto capturar uma grande quantidades de dados é classificá-los e analisá-los. E à medida que os algoritmos de machine learning (aprendizado de máquina) e outras formas de Inteligência Artificial se aprimoram, essa a análise se torna uma fonte cada vez mais poderosa de insights para os tomadores de decisão dentro de uma organização.

Como os dados são usados pelas empresas?

O artigo lista quatro aspectos fundamentais do uso dos insights de dados coletados pelas empresas. São eles:

Experiência do consumidor

Entender melhor e atender às demandas dos consumidores é muito importante para qualquer empresa. E os dados são fontes valiosas de insights neste sentido. Ao analisar o comportamento de seus cliente, as marcas podem moldar com agilidade suas estratégias digitais e até mesmo os seus produtos e/ou serviços, para melhor se adequarem ao mercado atual.

Refinamento das estratégias de marketing

Com base no comportamento e no mapeamento das jornadas de seus consumidores, as empresas conseguem entender como suas estratégias de marketing estão sendo aceitas no mercado e fazer previsões, especialmente com a possibilidade de uma personalização maior na forma de comunicar com seu público.

“Segmentar os dados de forma eficaz permite que você comercialize apenas para as pessoas que você sabe que têm mais probabilidade de se envolver. Isso abriu novas oportunidades em setores antes muito difíceis de comercializar”, declarou Brett Downes, gerente de SEO da Ghost Marketing, ao artigo do Business News Daily.

Proteção maior de dados mais sensíveis

O artigo destaca que algumas empresas usam dados do consumidor, inclusive, como um meio de proteger informações mais confidenciais. As instituições bancárias, por exemplo, muitas vezes usam dados de reconhecimento de voz para autorizar um usuário a acessar suas informações financeiras ou protegê-los contra tentativas fraudulentas de roubo de informações.

Esses sistemas, destaca o artigo, funcionam com a combinação de dados da interação de um cliente com um call center, algoritmos de aprendizado de máquina e tecnologias de rastreamento que podem identificar e sinalizar possíveis acessos ilegais à conta de um cliente, o que diminuiu a possibilidade de golpes

“Conforme as tecnologias de captura e análise de dados se tornam mais sofisticadas, as empresas encontrarão maneiras novas e mais eficazes de coletar e contextualizar esses dados. Fazer isso é essencial para as empresas se manterem competitivas no futuro. O insight é rei. E o insight no ambiente de negócios moderno é obtido a partir de dados”, finalizou o autor do artigo.