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Durante a primeira quinzena de outubro de 2024, o canadense Andrew McLuhan, neto do renomado pensador da comunicação Marshall McLuhan, visitou o Brasil para promover o livro “Brand Publishing na Prática”, organizado por Paulo Henrique Ferreira, Diretor-Executivo da Barões Brand Publishing, e publicado pela editora Robecca & Co. O Diretor do Instituto McLuhan realizou palestras nos eventos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo e concedeu diversas entrevistas para a mídia setorial brasileira. Veja por aqui um resumo da passagem de Andrew pelo país. 
Resumo supervisionado por jornalista.

Em um mundo cada vez mais conectado e dependente das tecnologias, o legado de Marshall McLuhan, um dos maiores pensadores da comunicação do século XX, continua a reverberar. Pois seu neto, Andrew McLuhan, trouxe essa herança ao Brasil durante a primeira quinzena de outubro de 2024, por ocasião do lançamento do livro “Brand Publishing na Prática”, organizado por Paulo Henrique Ferreira, Diretor-Executivo da Barões Digital Publishing e publicada pela editora Robecca & Co.

Com um histórico que mistura arte, música e estudos sobre comunicação, o poeta Andrew, diretor do Instituto McLuhan e ex-guitarrista e vocalista de uma banda punk na década de 1990, não só promoveu o novo livro da Barões, mas também fez uma série de reflexões sobre o impacto das tecnologias na sociedade contemporânea, tanto nas palestras que deu em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo quanto em diversas entrevistas para a mídia setorial brasileira.

Preparamos aqui um resumo sobre a miniturnê de Andre McLuhan no Brasil a convite da Barões.

Andrew McLuhan e “Brand Publishing na Prática”

Além de ser o neto do renomado teórico da comunicação, Andrew McLuhan é um nome por si só no campo da comunicação contemporânea. Ele assina o prefácio do livro “Brand Publishing na Prática”, livro que reúne a expertise de 18 profissionais de comunicação e gestão de grandes marcas, como Vale, ENGIE, Marfrig, Beauty Fair, e Cooxupé.

Leia também: Conheça os perfis de todos os coautores do livro “Brand Publishing na Prática”

Durante os eventos de lançamento nas cidades de Belo Horizonte (03/10), Rio de Janeiro (08/10) e São Paulo (10/10), Andrew compartilhou suas visões sobre a evolução da comunicação e o papel das marcas no cenário atual.

Andrew Mcluhan durante o lançamento do livro no Campus BH da Fundação Dom Cabral

O conceito central do livro gira em torno da ideia de que as marcas não são apenas produtos, mas também veículos de conteúdo, capazes de construir narrativas que ressoam com seu público. Andrew enfatizou que, assim como seu avô previu, as tecnologias de comunicação estão em constante transformação e, com elas, a forma como as marcas se conectam com os consumidores.

“Foi realmente impressionante participar dos eventos de lançamento e do livro. Me senti muito bem-vindo em todos esses lugares, onde me sentei em painéis com diferentes autores, cada um com diferentes perspectivas. Individualmente, esses profissionais já são impressionantes. Mas ao colocar todos juntos, você torna esse livro ainda mais impressionante. E o fato de eu ser parte disso é muito legal”, afirma Andrew McLuhan.

PH Ferreira (Barões), Andrew McLuhan e Leandro Provedel (ENGIE) autografam livros em São Paulo

Belas paisagens, boas comidas e novas amizades

Nos dez dias que passou pelo Brasil, Andrew teve a oportunidade de conhecer diversos pontos importantes de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. E procurando não desmerecer tudo o que viu e experimentou, elegeu alguns destaques da viagem.

“Não há uma boa resposta, porque qualquer coisa que eu destacar vai ofender alguém, certo? Mas eu tenho que dizer que o Rio de Janeiro foi incrível. A praia de Ipanema é maravilhosa. O clima estava ótimo. E ter a chance de ir no Cristo Redentor e no Pão de Açúcar e ver a cidade lá de cima foi fantástico”, disse Andrew. “Dito isso, a noite em Belo Horizonte também foi fantástica, ir no Mercado Novo e ver aquele lugar. Na verdade, todos os lugares que eu visitei no Brasil foram incríveis: comer comidas loucas, beber drinques maravilhosos, pessoas muito amigáveis e calorosas, papos e discussões muito interessantes”, completou.

A revolução digital e seus desafios

Durante as entrevistas que concedeu a diversos veículos de comunicação, Andrew abordou a evolução das tecnologias e o impacto que elas têm em nossa sociedade, especialmente com a ascensão da inteligência artificial (IA). Ele expressou preocupação com a fragmentação da informação e a polarização das opiniões, fenômenos que, segundo ele, têm se intensificado com o uso das redes sociais.

“Essa fragmentação permite a criação de bolhas informacionais, onde as pessoas consomem apenas conteúdos que reforçam suas crenças, em vez de serem confrontadas por visões opostas. Não se trata apenas conteúdos que reforçam suas crenças, em vez de serem confrontadas por visões opostas. Não se trata apenas de desinformação, mas de informação seletiva”, alertou Andrew em uma entrevista à revista VEJA.

No artigo da VEJA, Andrew McLuhan elucidou sua perspectiva sobre a evolução do conceito “o meio é a mensagem”. Embora a frase tenha sido cunhada em 1958, ele acredita que seu significado se mantém relevante.

“O que meu avô dizia é que as mudanças na sociedade geralmente acontecem pelas tecnologias que usamos, em vez de seu conteúdo. Esse princípio continua sendo verdadeiro, e tornou-se ainda mais importante à medida que nos tornamos mais dependentes da tecnologia. O ritmo da mudança é muito rápido agora — novas e mais poderosas tecnologias estão surgindo constantemente. Se não começarmos a descobrir como gerenciar essas mudanças e antecipar seus efeitos, as consequências podem ser graves”, disse Andrew.

Ele também abordou a ascensão da inteligência artificial (IA) e a mudança no uso das telas.

“As tendências indicam que muitos dispositivos estão se afastando das telas. Com a ascensão da IA, o foco está se voltando para a interação auditiva, priorizando a entrada e saída de voz. Estamos nos distanciando da dependência das telas”, afirmou o canadense à VEJA.

Educação midiática e a sociedade do futuro

Em entrevista para a Fast Company Brasil, um dos pontos mais intrigantes que Andrew abordou foi a necessidade de uma educação midiática mais profunda. Para ele, não se trata apenas de alfabetização, mas de entender a ecologia midiática – como as tecnologias interagem com a sociedade.

“Temos que trabalhar na ecologia midiática, que é mostrar que existe um sistema entre sociedade e a tecnologia, e não apenas entre a sociedade e o conteúdo”, explicou Andrew à Fast Company Brasil.

O canadense destacou que “a gente já não está aguentando” o excesso de informação, “principalmente os executivos”.

“Os humanos não foram feitos para a velocidade da luz. Estamos, no momento, tentando viver na velocidade da luz. Os efeitos no mundo corporativo são claros: burnout, exaustão, confusão. Estamos nos afogando em conteúdo, mas, paradoxalmente, o momento de sobrecarga de informação leva ao reconhecimento de padrões. Quando há tanta coisa vindo em sua direção, é preciso se afastar um pouco para entender os padrões. É uma realidade que executivos agora podem fazer: se concentrar nos padrões, ter uma visão ampla, a mais ampla possível, disse Andrew à Fast Company Brasil.

Transição midiática, tecnologia e cultura

No programa “Comunicação S/A”, da Mega Brasil, Andrew McLuhan refletiu sobre a transição midiática e a relação entre tecnologia e cultura. Ele destacou que embora novas mídias possam substituir antigas, elas não as eliminam. A coexistência de diferentes meios de comunicação é uma característica da evolução tecnológica.

Andrew também alertou sobre o perigo da superficialidade nas mensagens disseminadas pelas redes sociais. “As redes sociais podem empobrecer a mensagem”, disse, enfatizando a importância de um conteúdo mais profundo e significativo.

Ele finalizou a entrevista comentando sobre a manipulação da informação, afirmando que, se não tivermos consciência, a manipulação se torna uma certeza. “Precisamos nos perguntar que cultura estamos criando com as novas tecnologias”, concluiu.

Leia parte da entrevista aqui ou veja no vídeo abaixo o programa “Comunicação S/A” na íntegra:

O legado de McLuhan no cenário da mídia contemporânea

A Fundação Getútlio Vargas foi parceira da Barões como sede do evento de lançamento de “Brand Publishing na Prática” no Rio de Janeiro. E aproveitou a presença de Andrew McLuhan na cidade para a gravação de um episódio do podcast “Meio Tempo”, programa semanal da Escola de Comunicação, Mídia e Informação (FGV Comunicação Rio) para falar sobre temas da atualidade, trazendo conexões com a Comunicação Digital e a vida cotidiana.

O papo comandado pela jornalista Leila Sterenberg recebeu também, além de Andrew McLuhan, o professor e pesquisador da FGV Comunicação Rio Lucas Calil. E girou em torno de como como os conceitos pensados por Marshall há 60 anos conseguem se refletir no atual cenário da mídia.

Veja abaixo o programa “Meio Tempo” na íntegra com Andrew McLuhan:

Desafios e esperanças na construção de uma sociedade melhor

Ao final de sua visita ao Brasil, Andrew McLuhan deixou uma mensagem de cautelosa esperança. Ele acredita que, apesar dos desafios, a criatividade humana é uma força poderosa.

“Quando vemos um desafio e decidimos enfrentá-lo, encontramos uma maneira de lidar com ele. Isso me dá esperança”, disse em uma de suas entrevistas.

Andrew McLuhan abre o evento de lançamento de “Brand Publishing na Prática” no Rio de Janeiro

A presença de Andrew McLuhan no Brasil não se limitou apenas ao lançamento de um livro. Sua passagem pelo país foi uma oportunidade de refletir sobre o papel da comunicação em um mundo em constante mudança, onde as tecnologias não são apenas ferramentas, mas agentes que moldam nossa realidade. E por meio do Brand Publishing, as marcas podem assumir um papel de protagonismo na construção de uma sociedade por meio da informação séria e de qualidade.

O desafio é aprender a navegar por essas mudanças de forma consciente e responsável, sempre lembrando que, no final das contas, o meio continua sendo a mensagem.